Romã
é o fruto da romãzeira (Punica granatum) proveniente do centro do Oriente. O
seu interior é subdividido por finas películas que formam pequenas sementes
possuidoras de uma polpa comestível.
Os
semitas a chamavam de “rimmon”, os árabes “rumman”, e mais tarde, os
portugueses a chamaram de romã ou “roman”.
Os
povos árabes salientavam os poderes medicinais dos seus frutos e sua utilidade
como alimento. Têm sido utilizados em residências ou em banquetes pelo efeito
decorativo das suas flores e dos seus frutos, além do seu uso como cerca viva e
planta ornamental. Segundo uma antiga crença popular, se você levar na carteira
três sementes de romã, "dinheiro nunca há de lhe faltar".
A
importância da romã é milenar, aparece nos textos bíblicos e está associada às
paixões e à fecundidade. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com
profundo significado no ritual do ano novo quando sempre acreditam que o ano
que chega sempre será melhor do que aquele que vai embora.
Quando
os judeus chegaram à terra prometida, após saírem do Egito, os 12 espias que
foram enviados para aquele lugar voltaram carregando romãs e outros frutos como
amostras da fertilidade da terra que Jeová (Deus) prometera.
No
L:. L:. (Exodus, Capítulo 28) informa que as romãs estavam esculpidas no Templo
de Salomão em Jerusalém, como símbolos de retidão ou honradez. Outra
curiosidade cabalística é o fato de cada romã possuir 613 sementes, igual ao
número dos 613 mandamentos ou provérbios judaicos (Mitzvots) que existem no
livro de Tora. Por isso os judeus comem romãs no feriado chamado Rosh Hashanah.
E os católicos comem romãs no Dia de Reis.
Os
gregos a consideravam como símbolo do amor e da fecundidade, por isso foi
consagrada à deusa Afrodite, pois se acreditava em seus poderes afrodisíacos.
Em Roma, a romã era considerada nas cerimônias e nos cultos como símbolo de
ordem, riqueza e fecundidade. Na Armênia as romãs são símbolo de fertilidade,
abundância e casamento. No Irã as romãs são símbolo de boa saúde e longa vida.
Há quem acredite que as romãs eram uma fruta do Paraíso.
Sabemos
que certos pintores famosos como Botticelli usaram a romã como símbolo de amor
divino quando o Menino Jesus mostra à Mãe uma romã ou quando Jesus Cristo é
revelado numa visão comendo uma romã.
A
título de curiosidade podemos informar que o Imperador Maximiano I usava uma
romã como Símbolo Pessoal de retidão.
Na
Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam
os maçons unidos com a energia e a força necessárias para realizarem o
trabalho.
Além
das romãs, lírios e sete voltas de correntes envolvem o capitel das colunas.
Entre os antigos, as correntes representavam o cativeiro experimentado pelo
povo judeu, por isso na Maçonaria representam, por um lado, os laços que
acorrentam os profanos e, pelo outro, os elos que unem os maçons.
Nos
trabalhos escritos da maioria dos autores maçônicos vê-se muito sobre
significados e interpretações dos símbolos que envolvem as colunas B e J. Mas não
se tem muito com relação às romãs que representam o que há de mais essencial em
nossa instituição.
A
Romã é uma fruta bastante diferente das demais e não foi por acaso que
entrou como peça decorativa dos Templos Maçônicos. A sua casca, dura e
resistente representa a Loja em si, o templo material que obriga os OObr:. reunidos.
As sementes representam os OObr:.
Uma
semente não é igual à outra, em tamanho e formato, mas o paladar é único.
Daí
já extrai uma lição valiosa: não importa para quem saboreia a fruta, nem se as
sementes são pequenas ou grandes; o que importa é o paladar.
Na
Loja, temos IIr:. de menor porte na vida profana e outros, com maior
gabarito social e econômico . Se a sabedoria do G:. A:. D:. U:. assim os
quis, cabe nos lembrar que a mesma seiva que alimentou o pequeno grão,
alimentou igualmente o maior.
Não
obstante, as sementes pequenas e grandes estão unidas, todas compondo um único
fruto, com um só objetivo: servir de alimento e fonte de prazer ao paladar.
O
que mantém as sementes unidas na Romã é a sua pele interna. Essa pele, feita da
mesma substancia carnuda e consistente da casca e do miolo, representa o
selo, ou seja, o sigilo maçônico.
Rompido
esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas
perdem assim sua finalidade.
Igualmente
na L:. todos os nossos assuntos carecem
da proteção do sigilo, sob pena de rompido este, a L:., que é a romã, vir a
sofrer sérias conseqüências como a perda da coesão, da união que deve reinar em
nosso meio em prol o bem comum.
Diga-se
de passagem, nosso juramento, representado pela seiva que alimenta as sementes
(os OObr:.) foi contraído sem o mínimo de coação moral e sem reserva mental
ou equivoco.
Rompido
esse juramento a fruta definha, seca e por fim, apodrece. Assim, o sigilo,
representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o
máximo de cuidado.
A
fruta, ao soar da primeira batida do malhete até a última, deve ser saboreada
enquanto durem os trabalhos.
É
responsabilidade do fruticultor, que representa o V:. M:., zelar para que a
árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças,
zelando pela preservação não só da casca da fruta (o material), como também
pela unidade garantida pelo sigilo, que é simbolizado pela pele interna da
fruta.
Portanto,
a Romã representa os emblemas que coroam as colunas J e B dos templos e cujos
grãos significam prosperidade e solidariedade da família maçônica.
Texto: Cesar Luis Guimarães.'.
GOSP - GOB
Bibliografia:
-
Prancha do Ir.'. José Roberto Trautwein - M.’.I.’. - Or.'. de Curitiba – PR
-
Prancha do Ir.: Luiz Henrique de Oliveira Kling, da Aug.: Resp.: Fiel e Gr.:
Ben.: Loj.: Maç.:De Molay 38 nº 81
-
Wikipédia
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