quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ROMÃ E MAÇONARIA



Romã é o fruto da romãzeira (Punica granatum) proveniente do centro do Oriente. O seu interior é subdividido por finas películas que formam pequenas sementes possuidoras de uma polpa comestível.
Os semitas a chamavam de “rimmon”, os árabes “rumman”, e mais tarde, os portugueses a chamaram de romã ou “roman”.
Os povos árabes salientavam os poderes medicinais dos seus frutos e sua utilidade como alimento. Têm sido utilizados em residências ou em banquetes pelo efeito decorativo das suas flores e dos seus frutos, além do seu uso como cerca viva e planta ornamental. Segundo uma antiga crença popular, se você levar na carteira três sementes de romã, "dinheiro nunca há de lhe faltar".
A importância da romã é milenar, aparece nos textos bíblicos e está associada às paixões e à fecundidade. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo quando sempre acreditam que o ano que chega sempre será melhor do que aquele que vai embora.
Quando os judeus chegaram à terra prometida, após saírem do Egito, os 12 espias que foram enviados para aquele lugar voltaram carregando romãs e outros frutos como amostras da fertilidade da terra que Jeová (Deus) prometera.
No L:. L:. (Exodus, Capítulo 28) informa que as romãs estavam esculpidas no Templo de Salomão em Jerusalém, como símbolos de retidão ou honradez. Outra curiosidade cabalística é o fato de cada romã possuir 613 sementes, igual ao número dos 613 mandamentos ou provérbios judaicos (Mitzvots) que existem no livro de Tora. Por isso os judeus comem romãs no feriado chamado Rosh Hashanah. E os católicos comem romãs no Dia de Reis.
Os gregos a consideravam como símbolo do amor e da fecundidade, por isso foi consagrada à deusa Afrodite, pois se acreditava em seus poderes afrodisíacos. Em Roma, a romã era considerada nas cerimônias e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade. Na Armênia as romãs são símbolo de fertilidade, abundância e casamento. No Irã as romãs são símbolo de boa saúde e longa vida. Há quem acredite que as romãs eram uma fruta do Paraíso.
Sabemos que certos pintores famosos como Botticelli usaram a romã como símbolo de amor divino quando o Menino Jesus mostra à Mãe uma romã ou quando Jesus Cristo é revelado numa visão comendo uma romã.
A título de curiosidade podemos informar que o Imperador Maximiano I usava uma romã como Símbolo Pessoal de retidão.
Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com a energia e a força necessárias para realizarem o trabalho.
Além das romãs, lírios e sete voltas de correntes envolvem o capitel das colunas. Entre os antigos, as correntes representavam o cativeiro experimentado pelo povo judeu, por isso na Maçonaria representam, por um lado, os laços que acorrentam os profanos e, pelo outro, os elos que unem os maçons.
Nos trabalhos escritos da maioria dos autores maçônicos vê-se muito sobre significados e interpretações dos símbolos que envolvem as colunas B e J. Mas não se tem muito com relação às romãs que representam o que há de mais essencial em nossa instituição.
A Romã  é uma fruta bastante diferente das demais e não foi por acaso que entrou como peça decorativa dos Templos Maçônicos. A sua casca, dura e resistente representa a Loja em si, o templo material que obriga os OObr:. reunidos.  As sementes representam os OObr:.
Uma semente não é igual à outra, em tamanho e formato, mas o paladar é único.
Daí já extrai uma lição valiosa: não importa para quem saboreia a fruta, nem se as sementes são pequenas ou grandes; o que importa é o paladar.
Na Loja, temos IIr:. de menor porte na vida profana e outros, com maior gabarito social e econômico . Se a sabedoria do G:. A:. D:. U:.  assim os quis, cabe nos lembrar que a mesma seiva que alimentou o pequeno grão, alimentou igualmente o maior.
Não obstante, as sementes pequenas e grandes estão unidas, todas compondo um único fruto, com um só objetivo: servir de alimento e fonte de prazer ao paladar.
O que mantém as sementes unidas na Romã é a sua pele interna. Essa pele, feita da mesma substancia carnuda e consistente da casca e do miolo,  representa o selo, ou seja, o sigilo maçônico.
Rompido esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas perdem assim sua finalidade.
Igualmente na L:.  todos os nossos assuntos carecem da proteção do sigilo, sob pena de rompido este, a L:., que é a romã, vir a sofrer sérias conseqüências como a perda da coesão, da união que deve reinar em nosso meio em prol o bem comum.
Diga-se de passagem, nosso juramento, representado pela seiva que alimenta as sementes (os OObr:.)  foi contraído sem o mínimo de coação moral e sem reserva mental ou equivoco.
Rompido esse juramento a fruta definha, seca e por fim, apodrece. Assim, o sigilo, representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o máximo de cuidado.
A fruta, ao soar da primeira batida do malhete até a última, deve ser saboreada enquanto durem os trabalhos.
É responsabilidade do fruticultor, que representa o V:. M:., zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, zelando pela preservação não só da casca da fruta (o material), como também pela unidade garantida pelo sigilo, que é simbolizado pela pele interna da fruta.
Portanto, a Romã representa os emblemas que coroam as colunas J e B dos templos e cujos grãos significam prosperidade e solidariedade da família maçônica.
     
Texto: Cesar Luis Guimarães.'.
GOSP - GOB



Bibliografia:

- Prancha do Ir.'. José Roberto Trautwein - M.’.I.’. - Or.'. de Curitiba – PR
- Prancha do Ir.: Luiz Henrique de Oliveira Kling, da Aug.: Resp.: Fiel e Gr.: Ben.: Loj.: Maç.:De Molay 38 nº 81
- Wikipédia

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