Breve curriculum
LUIS CARLOS DE CASTRO COELHO
Empossado como Grão Mestre Adjunto na gestão do Irmão Eurípedes Barbosa Nunes
de 2011 a 2015.
Nascido em 15/04/1952 em Aloândia
– Goiás
Iniciado na Loja Maçônica
LIBERDADE E UNIÃO Nº 1158, em 23/03/1993, Companheiro em 29/03/94, Mestre
22/11/94, Mestre Instalado em 12/06/07.
MAÇÔNICAS: Diploma de Construtor – GOEG – 27/11/1992, Maçom
Notável – GOEG – 01/06/1999, Diploma de Reconhecimento-Liberdade e União
17/06/2003 e Medalha do Mérito Judiciário Maçônico – Tribunal de Justiça
Maçônico – 04/06/2008
b) PROFANOS: Honra ao Mérito –
Universidade Católica de Goiás – 29/11/2000, Medalha de Mérito Magistério –
Polícia Militar do Estado de Goiás – 06/06/2002, Medalha do Mérito Legislativo
“Pedro Ludovico Teixeira” Assembléia Legislativa do Estado de Goiás. 20/08/2007
Entrevista.
Como a maçonaria vai participar dos novos tempos que estão se
abrindo agora com novas administrações nos Estados e no País?
Luís Carlos de Castro Coelho – Os novos tempos estão se
mostrando um grande desafio para todos nós. Estamos deixando momentos passados
para trás e mostrando que de lá podemos tirar ensinamentos inestimáveis que
signifiquem avanço para hoje. Estamos com problemas em vários setores da
sociedade e nossa ordem é talvez a única que ainda busque unir valores como
seriedade, dignidade e honradez em seu seio. Portanto, a ordem maçônica precisa
ter atitude de modo interno ao fazer com que seus membros sejam exemplo do
pensar e do agir e devemos ter também postura frente aos grandes desafios que
estão colocados aí no Brasil, como nos envolvermos de modo efetivo para dar
resposta e soluções a questões urgentes. Falo de assuntos como corrupção,
drogas, segurança pública, educação, saúde etc. Temos de nos envolver e
apresentar alternativas para solucionar tantos pontos cruciais. Precisamos ter
maçons envolvidos com o debate, a propositura de soluções e ações efetivas em
todos estados e em todos os municípios.
O senhor defende participação ativa de maçons em todos os
momentos decisivos da vida política?
Luís Carlos de Castro Coelho – Exatamente isto. Aquela loja
maçônica que funcione naquele pequeno município tem de saber como estão sendo
geridos os recursos naquele município, precisa exigir e dar total transparência
da aplicação do dinheiro público. Ela faz parte da vida da comunidade e suas
ações ou omissões podem representar a vitória da ética ou o fim das esperanças
de nossa população. Os maçons precisam fazer parte do conselho da comunidade,
olhando os recursos para a saúde e para a educação, onde estão as falhas na
segurança ou onde podem estar sendo desviados recursos importantes como para
obas ou a merenda escolar. Porque um maçom ou a loja maçônica não pode fazer
isto. Ao contrário, precisam acompanhar tudo e não deixar que o mal se
sobreponha ao bem. Deve fazer parte de tudo e influir nas decisões.
Recentemente, em encontro com o governador Marconi Perillo nós nos colocamos à
sua disposição para ter uma controladoria em todos os municípios e explicamos
que assim como o governo destina recursos para os municípios que sejamos
informados quais foram esses recursos para acompanharmos junto aos prefeitos se
os destinos foram corretos. Nós vamos manter o governo informado também com
total transparência e sem nenhum jogo político ou ideológico. Esse é o ponto.
Precisamos também unir mais as instituições em defesa do bem comum e não
ficarmos restritos a nossos guetos.
O senhor propõe uma abertura maior da maçonaria?
Luís Carlos de Castro Coelho – Isso também. Precisamos unir
forças com instituições de respeito e comprovado compromisso com o bem da
população. Internamente vamos continuar com nossa ritualística e nossos
procedimentos, fazendo nossos trabalhos de pensar e propor um mundo melhor sem
problema, mas em sociedade precisamos dar as mãos a todos os que querem o bem
da humanidade e da nação para promovermos o bem comum. A maçonaria no Século
XXI tem de começar a rever seus conceitos e saber unir forças a todos para
fazer um mundo melhor, mais justo e fraterno. Nós, maçons, homens livres e de
bons costumes precisamos com nossas atitudes e exemplos melhorar a sociedade em
que vivemos, inclusive depurando dentro de nossas fileiras também. Isso porque
sabemos que ainda existem maçons que se ocultam dentro de nossa ordem para
fazer atos espúrios. Precisamos ter atos dignos e de força também para tirarmos
esses homens de dentro de nossas fileiras, combater esse mal dentro de nossa
instituição também.
A maçonaria propõe depurar atitudes indignas dentro de suas
fileiras também?
Luís Carlos de Castro Coelho – Claro. A impunidade não pode
triunfar. Se um líder, que seja o grão-mestre comete falhas e não é punido,
aquele pequenininho que está lá na base poderá acreditar que pode fazer coisas
erradas do mesmo modo, o que é inaceitável. Isso é uma situação triste que está
acontecendo com nosso país, em que a corrupção está parecendo quase que uma
coisa endêmica. Parece tão natural transigir a lei e ficar na impunidade que
nossa capacidade de indignação está se atrofiando. Há pouco tempo, uma aluna me
perguntou uma coisa que me deixou abismado. Ela quis saber qual o percentual de
plágio ela poderia usar em um trabalho acadêmico. Eu disse que era o mesmo
percentual que ela poderia matar alguém. Não existe percentual aceitável para
plagiar um trabalho que outro pensou, abstraiu e escreveu. Mas, para uma
acadêmica de direito isto está soando tão natural que passa até sem receio de
falar abertamente com o professor.
Como a maçonaria vai atuar nas grandes campanhas nacionais que
sempre integrou?
Luís Carlos de Castro Coelho – Vamos prosseguir com todas as
campanhas que sempre estivemos à frente, como Maçonaria contra as drogas,
Maçonaria contra a corrupção e a impunidade. Essas permanecem e agora vai
começar uma nova campanha do Grande Oriente do Brasil junto a outras 150
instituições como a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), OAB e
outras, que é a reforma política. Essa, sim, é de fundamental importância para
nosso futuro. É essencial. Um dos expoentes dessa campanha é um juiz de direito
maçom do Grande Oriente, doutor Marlon Reis, do Maranhão, que foi um dos
autores da Lei da Ficha Limpa. Vamos discutir tudo sobre o processo político e
as eleições, desde gastos políticos, financiamento das campanhas, formas de
eleição, coligações, atacando as siglas de aluguel e visando o fortalecimento
das instituições políticas sérias e a depuração do processo político. Isso é
tão importante e pode ser mensurado pelo volume de instituições envolvidas
nisso, numa frente de atuação nunca visto no Brasil. Nunca se uniu tanta
instituição nesse sentido. Todos conscientes de que precisamos renovar o
pensamento e a prática política no Brasil como forma de projetarmos um país
verdadeiramente progressista para o futuro. Temos certeza de que vamos
conseguir ferir de morte essa prática nefasta e clientelista de fazer política
baseada no dar e receber e se possível lucrar mais ainda.
“A ordem maçônica precisa ter atitude de modo interno ao fazer
com que seus membros sejam exemplos do pensar e do agir e devemos ter também
postura frente aos grandes desafios que estão colocados aí no Brasil, como nos
envolvermos de modo efetivo para dar resposta e soluções a questões urgentes”
Fonte: Diário
da Manhã